O recente terramoto no Haiti veio lembrar que fenómenos idênticos já ocorreram no nosso País. São citados, sobretudo, o terramoto de 1755 que arrasou Lisboa e o sismo que destruiu Benavente em 1909.
Ouvimos falar de tectónica de placas, de falhas verticais que originam tsunamis, de falhas horizontais (como a que agora ocorreu no Haiti), que originam grandes destruições. Sabemos da deriva dos continentes ao longo dos tempos.
Em Portugal os mais interessados falam da falha de Messejana, da falha da Vilariça, da falha do Tejo e divulgam que a recorrência de todas essas falhas é "da ordem dos mil anos" e que por isso, podemos "ficar tranquilos".
No sismo de 1969, falou-se na libertação da energia acumulada durante cerca de duzentos anos, na falha que deu origem ao terramoto de 1755.
Estarão as falhas importantes deste País a ser devidamente monitorizadas, para se falar "em tranquilidades" e em "mil anos"? Estarão as grandes obras de Engenharia, em Portugal, precedidas de um estudo geológico suficientemente pormenorizado, para evitar catástrofes como a que agora se registou no Haiti?
Todo este discurso foi-me dito, por alguém de direito, a propósito da Barragem do Carrapatelo - Marco de Canaveses (Portugal) construída de 1965 a 1972, sobre uma destas falhas, que os estudos geológicos que a precederam não identificaram, e que só foi identificada durante a construção. Foi pedido parecer ao Instituto Superior Técnico, que propôs “colmatar a falha” para se poder dar continuidade à construção naquele local, o que basicamente consiste em pôr ali um remendo, pois um pequeno movimento dessa falha, afectará toda a estrutura da barragem com a sua consequente destruição e inundação súbita das zonas ribeirinhas a jusante.
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