-“Você é o chefe? Eu quero falar consigo!”, surpreende-me uma pequena mulher a esbracejar à minha frente, no meio da confusão do corredor, tentando explicar-me, qualquer coisa, num espanhol arrevesado, cheio de decibéis. A custo identifico-a. De manhã estava sentada numa cama do corredor à espera do psiquiatra.
-“Tenha calma minha senhora, que eu agora não a posso atender. Importa-se de esperar um pouco?”
Mas qual quê! Aquela indignação, insistia em explicar a quem por ali estava, que estivera toda a noite a aguardar um psiquiatra, que a meio da tarde chegou e pediu um parecer de neurologia, e que este, sem a ter observado, lhe pediu um TAC à cabeça, mesmo depois de ela lhe ter dito que tinha efectuado um, há 15 dias, que era normal e o tinha ali dentro da mala, e que, para cúmulo, ele recusara ver.
-“Entre aqui para …, ESPERE eeeee!”, digo-lhe, enquanto a vejo a sair esbaforida pela porta da frente do Serviço de Urgência, vociferando “que não faz mais TACs, que o neurologista não a viu, e que está tudo doido!”, e … eu fico a cogitar que, por aqui, até os doidos já têm razão!
-“Tenha calma minha senhora, que eu agora não a posso atender. Importa-se de esperar um pouco?”
Mas qual quê! Aquela indignação, insistia em explicar a quem por ali estava, que estivera toda a noite a aguardar um psiquiatra, que a meio da tarde chegou e pediu um parecer de neurologia, e que este, sem a ter observado, lhe pediu um TAC à cabeça, mesmo depois de ela lhe ter dito que tinha efectuado um, há 15 dias, que era normal e o tinha ali dentro da mala, e que, para cúmulo, ele recusara ver.
-“Entre aqui para …, ESPERE eeeee!”, digo-lhe, enquanto a vejo a sair esbaforida pela porta da frente do Serviço de Urgência, vociferando “que não faz mais TACs, que o neurologista não a viu, e que está tudo doido!”, e … eu fico a cogitar que, por aqui, até os doidos já têm razão!
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