A história que eu vou contar
É das mais tristes que sei
E vós haveis de chorar
Como na altura eu chorei.
Já registou Portugal
Muita coisa em sua História
Mas de um caso assim igual
Tão triste, não há memória.
Pois que fala de um rapaz
Combatente da Nação
Que na luta pela paz
Pereceu de arma na mão.
“Antes quebrar que torcer”
Era o moço que vos digo.
Sinto muita honra em dizer
Que era muito seu amigo.
Tem hoje na sua terra
Linda estátua de metal:
“Jaz aqui, morreu na guerra,
A defender Portugal”.
Mas a história verdadeira
Que não veio nos jornais
Difere sobremaneira
Das versões oficiais.
Há dois anos que ele estava
Na Guiné a combater
Quase nunca se queixava
Era um homem a valer.
Mas numa noite funesta
Os amigos do Francisco
Ofereceram-lhe uma festa
De cervejas e marisco!
Habituado ao tremoço
Do magríssimo ordenado
O desprevenido moço
Exagerou um bocado
E logo ao romper do dia
Parte a coluna, segura
Do alferes que dormia
Na primeira viatura
Algumas horas mais tarde
Ainda o Chico roncava
Deu-se um ataque cobarde
Quando menos se esperava
E na veloz retirada
Para melhores posições
Fugiu tudo da estrada
Esquecendo os camiões.
E o Chico adormecido
Deu um grito: “Mais cerveja!”
A calma do destemido
Era de meter inveja!
Esticou-se calmamente
Por três vezes arrotou
E nem ouviu certamente
O tiro que o liquidou.
Hoje tem a “Torre e Espada”
E um monumento altivo.
Tem a fama desejada
Que não teve enquanto vivo.
Sendo uma história de guerra
Teria que acabar mal,
Mas reparem que ela encerra
Grande lição de moral:
“Não façam como Francisco
Porque dá mau resultado
Se vos servirem marisco
Dai-o a guardar ao SALGADO.
Rua Antero de Quental, nº892, 2ºdto.
É das mais tristes que sei
E vós haveis de chorar
Como na altura eu chorei.
Já registou Portugal
Muita coisa em sua História
Mas de um caso assim igual
Tão triste, não há memória.
Pois que fala de um rapaz
Combatente da Nação
Que na luta pela paz
Pereceu de arma na mão.
“Antes quebrar que torcer”
Era o moço que vos digo.
Sinto muita honra em dizer
Que era muito seu amigo.
Tem hoje na sua terra
Linda estátua de metal:
“Jaz aqui, morreu na guerra,
A defender Portugal”.
Mas a história verdadeira
Que não veio nos jornais
Difere sobremaneira
Das versões oficiais.
Há dois anos que ele estava
Na Guiné a combater
Quase nunca se queixava
Era um homem a valer.
Mas numa noite funesta
Os amigos do Francisco
Ofereceram-lhe uma festa
De cervejas e marisco!
Habituado ao tremoço
Do magríssimo ordenado
O desprevenido moço
Exagerou um bocado
E logo ao romper do dia
Parte a coluna, segura
Do alferes que dormia
Na primeira viatura
Algumas horas mais tarde
Ainda o Chico roncava
Deu-se um ataque cobarde
Quando menos se esperava
E na veloz retirada
Para melhores posições
Fugiu tudo da estrada
Esquecendo os camiões.
E o Chico adormecido
Deu um grito: “Mais cerveja!”
A calma do destemido
Era de meter inveja!
Esticou-se calmamente
Por três vezes arrotou
E nem ouviu certamente
O tiro que o liquidou.
Hoje tem a “Torre e Espada”
E um monumento altivo.
Tem a fama desejada
Que não teve enquanto vivo.
Sendo uma história de guerra
Teria que acabar mal,
Mas reparem que ela encerra
Grande lição de moral:
“Não façam como Francisco
Porque dá mau resultado
Se vos servirem marisco
Dai-o a guardar ao SALGADO.
Rua Antero de Quental, nº892, 2ºdto.
Era assim que riamos da morte, quando a Guerra Colonial ceifava alguns dos nossos conhecidos.
Nota: O Poema nunca deve ter sido editado. O autor (de quem perdi o rasto), era então um colega de Universidade, que animava as tertúlias com muito humor e uma guitarra.
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