quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Carta aberta aos Super-Heróis























Desculpem-me, mas não vos posso perdoar, que eu também não me perdoei sempre que a testosterona me levou à asneira.
Eu sei que agora me encontro em vantagem por vos ver com os níveis no vermelho e eu com eles em velocidade de cruzeiro, a tender para o verde, mas é por isso que sinto a obrigação de vos impedir que dêem cabo de tudo, só porque vos considerais "imortais", "honestos", "implacáveis" e mais aqueles auto-elogios que ficam bem nas 2ª e 3ª décadas, quando só sabemos a parte menos áspera da vida.
É que vocês não contam com as “incapacidades”, as “inconstâncias” e as “permissividades”, e assumem que são muito diferentes daqueles que criticam, sem saber que esse jogo de pôr os outros à prova, numa de "You are as good as your last performance", desperta reacções, que é necessário saber gerir.

George Bernard Shaw dizia que “a juventude é uma coisa boa demais para se dar aos jovens”, eu completo “se forem do sexo masculino” pois na ânsia de mostrar quem são, não têm a conveniência de entender o todo de que são parte.

Mas adiante, que muito disto são hormonas e eu sei bem o que me custou esperar, quando não entendia as implicações das pequenas coisas, e dizia: “primeiro faz-se, e depois vê-se!”, sem prever que no xadrez da vida, o movimento de um peão é decisivo.

Agora, quando, por um acaso feliz, tropeço num jovem macho "acertivo", tateio-lhe a constância e não o invejo, porque sei que não terá vida fácil no meio dos seus pares.

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