quarta-feira, 20 de abril de 2011

Conversa ao Café




-Mas porque é que não me conta?
-Na altura calei-me, e agora não tenho moral para falar, mas se o tivesse denunciado tinha infernizado a minha vida e a dos meus.
- Aceito! Mas passado tanto tempo, há coisas que perdem actualidade e são observadas com outros olhos!
- O Dr. sabe, tão bem como eu, que havia médicos que se cobravam das cirurgias que faziam aqui no Hospital público. Olhe que, a um deles, um familiar meu pagou duzentos e cinquenta contos … em Libras. Também era gentinha da aldeia que fazia tudo o que lhe pediam.
- Eu sempre "ouvi falar" em coisas dessas, mas nunca tive prova de que fosse verdade. Sei de doentes que iam aos consultórios particulares com o intuito de terem preferência e serem operados mais rapidamente no público. Um deles, que era construtor civil, até ouviu "eu opero-o pela Caixa, se você me vender também uma casa pela Caixa!", mas de pagamentos ... por cirurgias efectuadas cá dentro, nunca soube de fonte fidedigna!
- Oh Dr., deixe-me estar calada! A Dra. X que agora anda aí, pelas igrejas e em “acções humanitárias”, tinha um tal desrespeito pelos doentes, que eu ainda agora me admiro como ninguém lhe pôs travão! Eu sei que em todas as profissões há maus profissionais. Pena é que as chefias não queiram ou não tenham meios para os travar.


- É verdade. No nosso país a Justiça cria tantas dificuldades que, se do lado de lá está alguém com dinheiro, quem sai enchovalhado somos nós.

1 comentário:

Anónimo disse...

é bem real e mais que conhecida cirurgiona,com especilidade por via baixa, e tanto pela frente como por trás, embora o malhor fosse de joelhos por ser posição mais apostólica.andysru