quarta-feira, 6 de julho de 2011

“A abominação da desolação” - Lixo



O Estado está progressivamente mais pobre e obriga-se a cortar na despesa.
A primeira opção foi a diminuição do número dos seus funcionários e dos seus salários, enquanto paralelamente fazia contratos individuais de trabalho a uns quantos que, por terem um amigo na Administração e convir à Estatística, saíam da função pública para de seguida entrarem com vencimento duplicado, ou para suprir as circunstâncias de um momento, pondo em causa elementares regras de equidade de pagamento entre prestadores de valor idêntico.

A seguir falou-se na revisão dos contratos com as PPP (Parcerias Público Privadas), para dias depois nos confrontarmos com aumentos de encargos com elas. Na Saúde os custos das PPP, por causa dos novos hospitais de Cascais, Braga e Vila Franca de Xira, sem falar no Hospital Lisboa Oriental e no Hospital Central do Algarve que estão na calha, aumentam este ano 35%.

Agora para "cumprirmos a troika” e ganharmos a credibilidade que fomos perdendo ao longo dos últimos anos, agravam-se os impostos.

E eu dou razão à Moody’s, pois não é com política de bons rapazes colada a uma banca determinada a salvar-se, que a economia arranca.

Há que esquecer as grandiloquências, mas a Europa (FMI/UE/BCE) tem de compreender a necessidade de reduzir juros e dilatar pagamentos. Os seus Bancos que incentivaram o consumo e promoveram o crédito sem cuidarem da credibilidade de quem lho pedia, terão que aceitar perdas ou adiar a ambição de recuperar.

E nós, se continuarmos à espera que um “Messias” nos venha salvar, viveremos de abominação em abominação até ao apocalipse.

2 comentários:

JARRA disse...

O injusto é que os que fizeram os tais contratos priveligiados, continuam com eles e corta-se em toda a gente por percentagem.
Só alinho no jogo quando perceber que há boa fé: rever todas as situações favorecidas e começar a cortar por aí, antes de tocar a todos!

capitão disse...

O que Moody's está a dizer é que as soluções encontradas no seio do Eurogrupo para enfrentar a crise das dívidas soberanas nos países periféricos do Euro não são credíveis e não devem merecer a confiança dos investidores.