Não tenho qualquer pretensão linguística, mas não gosto do Gerundismo.
Não sei se ele teve origem nas traduções literais do inglês ou na influência das telenovelas brasileiras, mas a facilidade com que o adoptámos, diz muito da nossa pouca qualidade como defensores deste património, que é a língua portuguesa.
O
gerúndio indica uma acção em andamento, um processo que ainda não foi finalizado. O seu emprego é tão problemático que alguns escritores fazem esforços para nunca o empregar, substituindo-o pela construção "a + infinito" – por exemplo, em vez de "estou cantando" dizemos "estou a cantar".
Nalgumas regiões do país (Alentejo) o seu uso é propositado para intensificar aquelas acções que pensamos prolongadas, e é frequente ouvir “Isso não é para comer, é para ir comendo!”, quando estão a falar de petiscos, ou em relação ao trabalho minucioso: "Isso não é para fazer, é para ir fazendo!”.
Seja como for, ler histórias clínicas de médicos portugueses, com um gerúndio em cada linha, imitando textos de brasileiros e espanhóis, não abona muito em seu favor, principalmente, quando até no Brasil já se dão
orientações, para os evitar.
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