quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Gerundismo



Não tenho qualquer pretensão linguística, mas não gosto do Gerundismo.
Não sei se ele teve origem nas traduções literais do inglês ou na influência das telenovelas brasileiras, mas a facilidade com que o adoptámos, diz muito da nossa pouca qualidade como defensores deste património, que é a língua portuguesa.


O gerúndio indica uma acção em andamento, um processo que ainda não foi finalizado. O seu emprego é tão problemático que alguns escritores fazem esforços para nunca o empregar, substituindo-o pela construção "a + infinito" – por exemplo, em vez de "estou cantando" dizemos "estou a cantar".
Nalgumas regiões do país (Alentejo) o seu uso é propositado para intensificar aquelas acções que pensamos prolongadas, e é frequente ouvir “Isso não é para comer, é para ir comendo!”, quando estão a falar de petiscos, ou em relação ao trabalho minucioso: "Isso não é para fazer, é para ir fazendo!”.

Seja como for, ler histórias clínicas de médicos portugueses, com um gerúndio em cada linha, imitando textos de brasileiros e espanhóis, não abona muito em seu favor, principalmente, quando até no Brasil já se dão orientações, para os evitar.

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