sábado, 11 de fevereiro de 2012

Discurso de Natal



Raramente faço discursos pois temo dizer coisas que amanhã me arrependo, tão mutáveis têm sido os tempos, neste tempo.
Nos últimos anos assistimos a grandes mudanças no nosso modo de trabalhar, que implicam maior responsabilização nos actos praticados nos cuidados directos aos doentes e das chefias. Sente-se que em alguns aspectos estas andam atrasadas em relação ao exigido, e tal é mais evidente quando se sente a sua ausência, e têm de ser níveis mais baixos a acharem as soluções que faltam em tempo útil.
É este "fazer certo em tempo útil" o que mais está a mudar. Houve tempo em que se tinha todo o tempo. Agora ou se faz, ou se perde a oportunidade de fazer.
Dou "graças a Deus" ao dia em que decidi vir para aqui, e vos ter encontrado dinâmicos e disponíveis para todas as modificações que quisemos e fomos obrigados. Outros locais e outras gentes, debatem-se com problemas graves há muito solucionados por nós. E digo NÓS em conjunto, pois creio que todos tivemos a nossa quota parte na modernização desta unidade hospitalar. Não me envergonho de contar o que cá se passa, as dificuldades por que passámos, e a representação do Serviço no exterior só nos tem honrado.
Apesar dos pequenos conflitos, que considero naturais, creio que todos se respeitam, e tentam compreender as dificuldades dos outros e que regra geral, o interesse do Serviço anda acima dos interesses particulares. Creio também que somos pessoas honestas e que as pequenas tricas que têm surgido ao longo de todos estes anos, fizeram parte do processo de crescimento.
Uma última palavra para o futuro. Até aqui fomos todos NOVOS. Alguns de nós estão na idade em que se começam a cansar do trabalho, se calhar uns dos outros, da rotina e a perder a esperança das melhorias que ansiámos e que tardam a chegar. Creio que se tivermos maturidade, e dermos valor ao que é importante, teremos sempre objectivos que faremos nossos e que darão o prazer de um trabalho gratificante.
Andar com palavras de desânimo é contribuir para a destruição do Serviço, que nos poderá arrastar para uma situação bem pior que a anterior.
Vou acabar com uma palavra de gratidão para todos vós, onde vejo amigos para além de companheiros de trabalho.
BEM HAJAM

Dezembro de 2007

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