Eu nasci no tempo em que a classe média tinha dois pares de sapatos, um para os dias de festa e outro para o dia-a-dia, num tempo em que as avarias se reparavam, em que só havia bolos ao domingo, quando, quem tinha mais que um relógio, era rico.
Talvez por isso, cuide dos objectos que o destino me pôs nas mãos e me custe o desperdício com que nos habituamos a viver, entenda o luxo como uma “trabalheira” e procure, a todo o tempo, diferenciar o essencial do supérfluo.
Mas neste tempo de gadgets, com o imaginário de muitos de nós psicóticamente impregnado pelo culto do consumo como padrão de evolução social, vai ser difícil tornar Portugal um país sustentável, a manter-se a tendência para correr atrás de quem promete o “bacalhau a pataco” em vez de escolher um projecto credível onde haja pouco lugar para os “jogos de luzes” dos políticos.
Não basta o Governo ser honesto, é preciso que se saiba livrar da multidão de incompetentes que o seguem como lapas, e que, com a promessa de fidelidade a qualquer preço, se procura desculpabilizar.
Falta fazer o apuramento das responsabilidades pelo desastre nacional. Principalmente das que ocorreram no passado recente, quando "a crise" já se anunciava, e ainda se promoviam gastos, para dar brilho a presunções e notabilizar a incompetência.
Falta fazer o levantamento dessa nomenklatura silenciosa e submissa que nos rege, antes que se atinjam níveis de funcionalidade impossíveis de recuperar.
A isso chamo “Ganhar Credibilidade”
1 comentário:
Mais um belo post sobre um tema candente.
Insiste!
Água mole em pedra dura ... pode ser que fure as cabeças duras de quem se tem apoderado dos postos de decisão, ... usando o nosso dinheiro.
Já vai sendo tempo de responsabi
lizar estes chicos-espertos.
Ber-Latino
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