quarta-feira, 5 de novembro de 2025
A Ínclita Geração
domingo, 2 de novembro de 2025
O mapa e o território
“Aqueles que passaram demasiado tempo com o nariz colado aos mapas terão tendência para confundir o mapa com o território.”
Tropecei nesta frase de O Cisne Negro, de Nassim
Nicholas Taleb, e ela ficou a ecoar-me. Pensei em alguns dos conflitos que vivi
com a gestão do hospital onde trabalhei, sobretudo quando, por iniciativa
própria, decidi conter despesas no serviço que dirigia, tentando tratar mais
doentes com menos custos em medicamentos e meios complementares de diagnóstico.
Era uma tentativa de eficiência, num tempo em que essa palavra soava estranha
nos corredores da administração, como se o dinheiro fosse um bem inesgotável,
bastando querer para poder.
Mais de uma década depois, o discurso político muda e, pela primeira
vez, o governo declara querer tornar a Saúde mais eficiente,
combater o desperdício, corrigir os erros de gestão.
Mas o desperdício não nasce apenas da má organização. Brota
também da pressão social exercida sobre os médicos e sobre as instituições. A
Saúde é, nesse aspeto, irmã da Justiça: se queremos garantir que nenhum
inocente é condenado, temos de aceitar que muitos culpados fiquem impunes.
Na Medicina, se se exige erro zero, os médicos defender-se-ão com baterias de
exames e terapêuticas de eficácia duvidosa, para não
poderem ser acusados de “não terem feito tudo o que era humanamente possível”.
O preço é alto, e não apenas financeiro: multiplica-se a iatrogenia, o dano
colateral do excesso de zelo.
Recordo-me de ter alertado um gestor para o impacto negativo
que determinada decisão estava a ter sobre alguns doentes. Respondeu-me, sem
hesitar, que o que o preocupava era “a floresta e não as árvores”. Noutra
ocasião, pediram-me silêncio quando ousei questionar os custos da ineficiência.
Talvez alguma ineficiência seja inevitável, como o ruído que
acompanha qualquer sistema vivo. Mas quando ela é evidente para quem
está no terreno e invisível para quem observa de um gabinete, debruçado sobre
relatórios e gráficos, é sinal de que confundimos o mapa com o território.
Mas, entre o querer fazer e o fazer, vai uma grande
distância. Há que contar com os lóbis — os da indústria farmacêutica, os dos
médicos, os dos enfermeiros, os dos psicólogos e
ainda o da Assistência Social, que usa a muleta da Saúde para amparar o
desamparo em que uma parte significativa da população cai quando a velhice ou a
doença a atinge.
Ter resultados neste contexto é obra, porque é ainda maior a necessidade de não
confundir o mapa com o território.
domingo, 19 de outubro de 2025
Burka e Niqab
Dito pelo ChatGPT:
A burka (ou burqa) é uma peça de vestuário
usada por algumas mulheres muçulmanas para cobrir completamente o corpo e o
rosto, incluindo os olhos (que geralmente ficam por trás de uma rede ou tecido
translúcido). A sua utilidade depende do contexto cultural, religioso e
social em que é usada. Eis os principais aspetos:
🕌 1. Função religiosa e
de modéstia
- Em
certas interpretações do Islão, especialmente em versões mais
conservadoras (como entre alguns grupos no Afeganistão ou no Paquistão), a
burka é vista como uma forma de cumprir o princípio da modéstia (haya),
prescrito para homens e mulheres.
- A
ideia é que o corpo feminino não deve ser exibido em público para evitar
“tentação” ou “olhares indevidos”.
👩👧 2. Identidade
cultural
- Em
algumas regiões, a burka não é apenas religiosa, mas também um símbolo
cultural.
Exemplo: no Afeganistão rural, o uso é mais uma tradição social do que uma obrigação religiosa direta. - Pode
ser vista como um sinal de respeito, honra ou estatuto familiar.
⚖️ 3. Controlo social e género
- Noutros
contextos, o uso é imposto por normas patriarcais ou leis
religiosas, limitando a liberdade da mulher.
- Por
isso, é também um símbolo de debate político e feminista,
representando para uns a opressão e, para outros, a escolha identitária.
🛡️ 4. Funções práticas
- Em
regiões desérticas (como o Afeganistão ou a Península Arábica), a burka protege
contra o sol, a areia e o vento, funcionando também como vestuário
adaptado ao clima.
O uso do Niqab e da Burka, em Portugal, é totalmente desajustado, porque neste país é importante que qualquer pessoa seja facilmente identificável no espaço público, onde uma burka pode ser usada por um homem, como máscara para cometer um crime ou para esconder violência doméstica.
terça-feira, 14 de outubro de 2025
Esteios
Os metrosíderos morreram. Repor a sebe? A opção foram os esteios e uma tarde de trabalho. Agora é esperar que as árvores que sobraram se componham.
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
sábado, 27 de setembro de 2025
segunda-feira, 1 de setembro de 2025
Religiões
Muçulmano
é a pessoa que segue a religião do Islão. A palavra vem do árabe muslim
(مُسْلِم), que significa “aquele que se submete” (a Deus, Allah).
Para se ser
muçulmano, basta que um dos pais seja muçulmano, pois o filho de um
muçulmano é considerado muçulmano por nascimento (mesmo que a mãe tenha
outra religião) e uma mulher muçulmana não pode casar com um homem de outra
religião sem ele se converter, e não é sensato ela converter.se a outra
religião porque tal é “apostasia”.
Qualquer pessoa se pode converter ao Islão. Faz Declaração da Shahada, isto é pronuncia,
com sinceridade e entendimento, a frase árabe: Ashhadu an la ilaha illa
Allah, wa ashhadu anna Muhammadan rasul Allah - “Testemunho que não há
divindade além de Allah, e testemunho que Muhammad é o Mensageiro de Allah”
perante o imam e algumas testemunhas. A aprendizagem, as práticas e a
integração comunitária, vêm depois, de forma progressiva. Pode pedir um certificado
de conversão (útil para casamento e para questões legais).
Em alguns
países fortemente islamizadas, ser muçulmano confere plena integração
comunitária, onde os não-muçulmanos são alvo de restrições (ex.: não podem
fazer proselitismo, não podem construir templos, têm restrições alimentares, a herança
e certos contratos civis têm regras diferentes, não têm direito a ocupar cargos
de liderança política ou nas forças armadas, são alvo de impostos e não
beneficiam de alguns subsídios ou apoios sociais. Em casos de divórcio a
lei favorece o progenitor muçulmano, para garantir que a criança seja educada
no Islão. Nota: a Igreja Católica, só aceita que o filho de mãe católica seja batizado
e educado na fé cristã, se ambos os pais concordarem. Se o pai não aceitar, a
Igreja não força.
No entanto, há grande
diversidade. Países como Turquia ou Albânia são oficialmente
seculares e concedem quase os mesmos direitos a muçulmanos e não-muçulmanos. Já
países com sharia incorporada como Arábia Saudita, Irão, Afeganistão
são muito restritivos para não-muçulmanos. Em muitos lugares (ex.: Marrocos,
Egito, Jordânia), a vida diária de cristãos e judeus é relativamente livre, mas
com algumas limitações legais e sociais.
Apostasia:
se um muçulmano declarar que já não é muçulmano, adotar outra religião ou
declarar-se ateu, insultar o Islão, negar pilares da fé ou abandonar práticas
fundamentais de forma pública. A sharia prevê a pena capital para apostasia. Na
prática, os tribunais dão ao acusado a possibilidade de se retratar
(isto é, voltar ao Islão).
Ser
secularista, isto é: defender a separação entre religião e política, ou a
liberdade de crença/descrença, em muitos países islâmicos é perigoso. Na Arábia
Saudita, Irão, Afeganistão, Sudão, criticar a fusão entre religião e
política pode ser tratado como apostasia, blasfémia ou terrorismo e
levar a prisão longa, chicotadas, até pena de morte. Nos outros países, mesmo
sem condenação formal, há risco de violência social (linchamentos, ameaças).
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A conversão ao
Judaísmo é um processo longo, exigente e altamente regulado. Primeiro
procura-se uma sinagoga ou comunidade judaica oficial e fala-se com o
rabino, que vai avaliar a seriedade da intenção. Depois o candidato
entra num período de estudo intensivo, sob orientação do rabino: estuda a Torá
e os profetas, as festas judaicas, as leis alimentares (kashrut), o Shabat e
outras práticas diárias, durante um a dois anos, porque
se espera que a pessoa comece a viver como judeu ainda antes da conversão
formal. Quando o rabino considera o candidato preparado, apresenta-o ao Beit
Din (tribunal de três rabinos), que lhe irá fazer perguntas para avaliar se
está convicto e preparado para seguir os mandamentos (mitzvot). Se o candidato
masculino não for circuncidado, deve fazê-lo. Depois, homens e mulheres devem
mergulhar numa mikvá (piscina ritual com água “viva”) como símbolo de
purificação e renascimento espiritual. Após o mergulho, o Beit Din declara a
pessoa judeu/judia e pode receber um nome hebraico. A partir daí, é
considerada parte do povo judeu, sem distinção de origem.
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Os Drusos, os Alaouitas
e os Yazidis encerraram as portas à conversão: só quem nasce de pais dessas
religiões pode ser considerado.
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A Conversão ao
Cristianismo não é igual em todas as Igrejas cristãs (Católica, Ortodoxa,
Protestantes), mas há elementos comuns. Há um tempo de instrução (catequesese)
e de acompanhamento, antes do Batismo, que é considerado o rito fundamental de
entrada no Cristianismo. Em alguns ritos, recita o Credo (Igreja
Católica e Ortodoxa) ou faz um testemunho pessoal de fé (muitas Igrejas
protestantes), após o que se integra na vida comunitária.
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Cristianismo – ~31% (católicos, protestantes, ortodoxos e outros ramos)
Islão – ~25% (sunitas, xiitas e outros ramos)
Hinduísmo – ~15% (principalmente na Índia e Nepal)
Budismo – ~6% (sobretudo na Ásia oriental e sudeste asiático)
Tradições chinesas / religiões populares – ~6%(taoísmo, confucionismo, culto dos antepassados, práticas sincréticas)
Religiões étnicas / indígenas – ~5% (África tradicional, povos ameríndios, religiões locais da Oceânia, etc.)
Sikhismo – ~0,3% (sobretudo na Índia/Punjab e diáspora)
Judaísmo – ~0,2% (maioritariamente em Israel e EUA)
Outras minorias (bahá'ís, jainistas, zoroastrianos, drusos, yazidis, etc.) – <0,2%
Sem religião (ateus, agnósticos, “nones”) – ~16% (muito significativo na China, Europa e países desenvolvidos)
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Na Europa Ocidental, antes da II Guerra
Mundial, quase não havia muçulmanos. Após a guerra, com a imigração
laboral e colonial dos anos 50–70 para os países em reconstrução (França,
Alemanha, Bélgica, Holanda) e a chegada de muçulmanos de países em guerra
(Líbano, Palestina, Irão), mais bósnios e kosovares e novas vagas de imigrantes
do Magrebe e da Turquia, a população muçulmana multiplicou-se mais de 20 vezes.
Em 2020 eram 25 milhões. Em 2025 calcula-se que sejam mais de 44 milhões. A
grande maioria (≈70%) mantém-se muçulmana praticante. Cerca de 28% seguem a via
da secularização (muçulmanos “culturais”, agnósticos, afastados da
prática). Apenas uma pequena fração (≈2%) converte-se formalmente ao
Cristianismo
Na Europa actual: - Cristãos:~72%, Muçulmanos:~5%, “Sem religião”
(secularistas, ateus, agnósticos, indiferentes): ~23%
Tendências: Cristianismo:
em declínio, Secularistas: em crescimento. Em alguns países (República
Checa, Estónia, Holanda) já são maioria. Islão: crescimento lento mas
constante, devido a taxas de natalidade mais altas e imigração.
Projeção
para 2050 (Pew Research Center): Cristãos: deverão cair para cerca de 60%. Secularistas:
poderão estabilizar entre 23–28%. Muçulmanos: podem crescer para 10%.
segunda-feira, 25 de agosto de 2025
Apoteose
A palavra apoteose tem origem na Antiguidade Clássica. Vem do
grego antigo apó = “a partir de, desde” + theós = “deus”.
Literalmente, significa “transformar em deus” ou “elevação à condição divina”.
O termo foi usado no contexto grego e romano para designar a divinização
de heróis, imperadores ou figuras notáveis, após a morte ou, por vezes, ainda
em vida.
Em português, “apoteose” ganhou também um sentido figurado: glorificação
máxima, consagração final, clímax de uma obra ou celebração.
Em Roma, a apotheosis (em latim também chamada consecratio,
de onde deriva o português consagração) era o ritual oficial de divinização
do imperador após a morte, reconhecido pelo Senado. O imperador falecido
passava a ser venerado como divus — uma
figura semidivina protetora do Estado.
Imperadores divinizados: Júlio César – primeiro a receber apoteose oficial (42 a.C.), proclamado Divus Iulius; Augusto (27 a.C.–14 d.C.) – proclamado Divus Augustus; Cláudio (†54) – Divus Claudius; Vespasiano (†79), Tito (†81), Trajano (†117), Antonino Pio (†161), Marco Aurélio (†180), Septímio Severo (†211). Nem todos tiveram essa honra: alguns foram alvo de damnatio memoriae (apagamento oficial da memória), como Nero, Cómodo ou Domiciano. Também várias esposas, irmãs, mães e filhas de imperadores receberam a honra, sendo veneradas como divae.
Séculos mais tarde, o cristianismo reinterpretou a ideia de “divinização”. Atanásio (c. 296–373 d.C.), bispo de Alexandria, escreveu no século IV: “Jesus Cristo encarnou para que nós, homens, pudéssemos tornar-nos deuses.” Esse processo chama-se theosis (deificação ou divinização). A natureza divina de Cristo, unida à humana, abre a todos a possibilidade de comunhão com o divino. A teologia de Atanásio foi essencial no Concílio de Niceia (325), que fixou o Credo ainda hoje rezado.
E dito isto, o Homem que já era o único ser criado “à imagem e
semelhança de Deus”, com razão, liberdade e capacidade de comunhão com o
Criador, consegue acesso ao Paraíso e, aquilo que em Roma dependia do Senado e
da política imperial, tornou-se vocação universal.
sábado, 16 de agosto de 2025
Marinheiros
Dizia um capelão da marinha, por afinidade meu tio, que num navio só há três cordas. A corda do sino, a corda do relógio e acorda malandro. O resto são cabos.
Rei A.
quarta-feira, 6 de agosto de 2025
ChatGPT
Dito por si:
Escreve um obituário sobre o jorge costa
Dito pelo ChatGPT:
Pode esclarecer a que Jorge Costa se refere?
Existem várias pessoas conhecidas com esse nome (por exemplo, o antigo
futebolista e treinador português Jorge Costa). Quer que seja:
- Um
obituário real (de uma pessoa pública existente)?
- Um
obituário fictício, criado para um personagem ou contexto de história?
E prefere um tom jornalístico (como num jornal) ou mais
pessoal e emotivo?
Dito por si:
Sim o jogador de futebol
Dito pelo ChatGPT:
Até ao meu conhecimento (atualizado até 2024), Jorge
Costa, o antigo futebolista e treinador português, ainda está vivo.
Se deseja mesmo um obituário, posso criar um texto hipotético
(ficcional), como se fosse para um jornal, mantendo o respeito e um tom
adequado.
Quer que avance com essa versão ficcional, ou prefere
um texto biográfico sobre a carreira dele (sem falar de morte)?
Dito por si:
Sim
Dito pelo ChatGPT:
Aqui está um obituário fictício sobre Jorge Costa, o
antigo futebolista:
Obituário: Jorge Costa (1971‑2025)
Jorge Paulo Costa Almeida, conhecido no mundo do futebol
simplesmente como Jorge Costa, faleceu ontem aos 54 anos. Antigo defesa-central
e capitão do Futebol Clube do Porto, Jorge Costa foi uma das figuras mais
emblemáticas do futebol português dos anos 90 e início dos anos 2000.
Nascido em 14 de outubro de 1971, em Porto, Jorge Costa
destacou-se desde cedo pelo espírito combativo e pela liderança natural.
Formado nas camadas jovens do FC Porto, fez a sua estreia na equipa principal
em 1989. Rapidamente ganhou o respeito de colegas e adversários, ficando
conhecido como “O Bicho” pela sua entrega e agressividade dentro de campo.
Como capitão, conduziu o FC Porto a inúmeros títulos
nacionais e internacionais, incluindo várias Ligas portuguesas e uma Taça UEFA
em 2003. Representou a Seleção Nacional por 50 ocasiões, participando em
Europeus e Mundiais, onde a sua postura intransigente na defesa deixou marca.
Após pendurar as botas, Jorge Costa abraçou a carreira de
treinador, passando por vários clubes em Portugal e no estrangeiro, mantendo a
mesma paixão pelo futebol.
É lembrado como um líder carismático, símbolo de dedicação e
lealdade ao FC Porto e ao futebol português. Colegas, adeptos e toda a
comunidade desportiva recordam-no não só como um atleta exemplar, mas também
como um homem de caráter.
O funeral será realizado em cerimónia privada, reservada à
família e amigos próximos.
Quer que eu faça uma versão mais curta (como se fosse
para uma notícia rápida) ou uma versão mais emotiva e pessoal (com
depoimentos e tom mais íntimo)?
Dito por si:
Sim
Dito pelo ChatGPT:
Aqui vai uma versão mais curta e emotiva:
Morre Jorge Costa, antigo capitão do FC Porto
Jorge Costa, histórico defesa-central e capitão do Futebol
Clube do Porto, faleceu aos 54 anos. Figura emblemática do futebol português,
“O Bicho”, como era conhecido, destacou-se pela entrega, liderança e lealdade
ao emblema azul e branco, onde conquistou múltiplos títulos nacionais e
internacionais, incluindo a Taça UEFA de 2003.
Internacional português por 50 vezes, Jorge Costa também se
destacou como treinador, levando a sua paixão pelo jogo a diferentes clubes em
Portugal e no estrangeiro.
A comunidade desportiva recorda-o como um líder nato, um
homem de caráter e um símbolo do futebol nacional.
Quer que eu também faça uma versão jornalística com
citações de colegas e dirigentes (fictícias), como se fosse um artigo
completo de jornal?
Dito por si:
Sim
Dito pelo ChatGPT:
Aqui está a versão jornalística com citações fictícias:
Jorge Costa, eterno capitão do FC Porto, morre aos 54
anos
Jorge Costa, antigo defesa-central e capitão histórico do
Futebol Clube do Porto, faleceu ontem aos 54 anos. Conhecido como “O Bicho”
pela sua garra e espírito de liderança, foi um dos jogadores mais emblemáticos
do futebol português das décadas de 1990 e 2000.
Natural do Porto, Jorge Costa representou o FC Porto durante
grande parte da carreira, conquistando múltiplos campeonatos nacionais, Taças
de Portugal e, em 2003, a Taça UEFA, sendo um dos símbolos da era dourada do
clube. Também vestiu a camisola da Seleção Nacional por 50 ocasiões,
participando no Euro 2000 e no Mundial 2002.
Após terminar a carreira de jogador, Jorge Costa tornou-se
treinador, orientando clubes em Portugal, Roménia, Chipre, Índia e Tunísia,
levando consigo a mesma paixão e determinação que demonstrava em campo.
A notícia da sua morte provocou grande consternação no mundo
do futebol. Pinto da Costa, presidente do FC Porto, afirmou:
“O Jorge era muito mais do que um jogador, era um capitão,
um líder dentro e fora do relvado. Deixa uma marca indelével na história do
nosso clube e nos nossos corações.”
Deco, antigo companheiro de equipa, recordou:
“Era um guerreiro, um amigo e um exemplo. Aprendi muito com
ele. Hoje, o futebol perde um homem gigante.”
A Federação Portuguesa de Futebol também emitiu nota de
pesar, destacando o seu contributo para a Seleção Nacional.
O funeral será realizado em cerimónia privada, reservada à
família e amigos próximos, enquanto milhares de adeptos preparam uma homenagem
no Estádio do Dragão.
Quer que faça também uma versão ainda mais longa, estilo
revista, com curiosidades da carreira e episódios marcantes (tipo “memórias
de balneário e conquistas”) ou prefere que prepare um layout como se fosse
uma página de jornal?
terça-feira, 5 de agosto de 2025
Skin in the game
O que as pessoas “pensam” não é relevante.
As “explicações” das pessoas para o que fazem são apenas palavras, histórias que contam a si próprias, e isso não é assunto para decisões adequadas. O que elas fazem, por outro lado, é tangível e mensurável, e é nisso que nos devemos focar.
A revelação das preferências é melhor compreendida pelos noivos: um diamante, particularmente quando é oneroso para quem compra, é muito mais convincente de um compromisso (e muito menos reversível) que uma promessa verbal.
Nassim Nicholas Taleb im "Skin in the game"
domingo, 3 de agosto de 2025
Fotos
Há fotografias que nos deixam a pensar na importância dos pais, dos professores e dos amigos que o Acaso nos pôs no caminho.
sexta-feira, 1 de agosto de 2025
quinta-feira, 31 de julho de 2025
Cruzeiros e Pelourinhos
Os Cruzeiros de adro representam a sacralização do
espaço em redor da igreja ou capela. Funcionam como “marco de fé” e são vistos
como uma proteção espiritual contra males, calamidades ou tentações que
pudessem atingir a comunidade.
A cruz lembra o sacrifício redentor de Jesus e convida os fiéis à oração e
meditação, mesmo fora das horas de culto.
Servem como ponto de partida ou de chegada de procissões, peregrinações ou do
acompanhamento de funerais.
Muitos apresentam inscrições ou datas que registam acontecimentos
significativos.
Os Cruzeiros nos caminhos
eram uma forma acessível de marcar a fé da comunidade, sobretudo nas zonas
rurais sem recursos para erguer grandes monumentos.
O Minho, um dos principais corredores do Caminho Português de Santiago,
utilizou estes cruzeiros como marcos de orientação e locais de oração para os
peregrinos em viagem. Estrategicamente colocados em entroncamentos, saídas de
aldeias ou locais perigosos, estão frequentemente associados a lendas locais: “Aqui
morreu alguém e ergueu-se o cruzeiro.” “Aqui houve um milagre e colocou-se a
cruz como sinal de agradecimento.” Algumas famílias ou confrarias
ergueram-nos como ex-votos (promessas pagas por uma graça alcançada).
….
Os Pelourinhos têm uma função totalmente diferente
dos cruzeiros, embora ambos sejam marcos de pedra normalmente erguidos em
locais centrais e de grande visibilidade.
Os pelourinhos eram símbolos do poder e da autonomia municipal, exibindo muitas
vezes o emblema do poder concelhio.
A sua existência significava que a localidade possuía foral (direito outorgado
pelo rei) e podia governar-se em certos aspetos (justiça local, mercado,
impostos).
Serviam também como local de execução de penas públicas leves, como a exposição
de criminosos à vergonha pública, açoites ou outras punições corporais —
práticas com um objetivo dissuasor, mostrando a aplicação da lei de forma
pública.
Assinalavam que aquela vila ou cidade tinha jurisdição própria, distinta de
outras terras sob domínio senhorial ou régio, e eram ainda um símbolo de
orgulho local. Muitas vilas faziam questão de ter um pelourinho monumental e
trabalhado.
A época de maior difusão destes monumentos foi entre os séculos
XV e XIX (embora alguns sejam mais antigos). Com a extinção dos forais e do poder senhorial (1834), deixaram de ter função
judicial.
Muitos foram destruídos por estarem associados ao “Antigo Regime”.
Na região de Viana do Castelo ainda existem pelourinhos,
hoje classificados como património histórico. O Pelourinho de Viana do Castelo
e o de Caminha foram removidos e substituídos por chafarizes.
Quem quiser ver pelourinhos tem de ir a Ponte de Lima, Ponte da Barca, Vila
Nova de Cerveira ou Valença.
Mas se quiser ver cruzeiros, basta dar alguns passos dentro de qualquer aldeia.
quarta-feira, 23 de julho de 2025
O Forte de Paçô
O Forte de Paçô, em Carreço, é uma pequena fortificação costeira construída no período da Restauração da Independência (a partir de 1640). A sua função era principalmente de vigia e defesa costeira, numa época em que a costa portuguesa era alvo de ataques de piratas e corsários, sobretudo vindos do Norte da Europa. Servia de apoio a outras fortificações maiores, como o Forte da Ínsua (Caminha) e as defesas do porto de Viana do Castelo. Também dava apoio aos pescadores locais, que utilizavam a enseada próxima.
Não há registo de que o Forte de Paçô tenha sido destruído
em qualquer conflito militar significativo. Tal como muitos pequenos fortes,
foi sendo desativado à medida que a pirataria diminuiu e a artilharia naval
evoluiu. O seu estado atual (ruína parcial) deve-se essencialmente à falta de
manutenção ao longo dos séculos e não à destruição direta por guerra.
O seu aspecto à época deveria
ser assim.
Um Pouco de História
Os fortes ao longo da costa portuguesa têm uma longa
história, profundamente ligada à defesa do território, à proteção das
populações costeiras e à salvaguarda da navegação. A sua construção acompanhou
a evolução das ameaças marítimas, a importância estratégica de Portugal nas
rotas comerciais e o desenvolvimento da artilharia.
Na Idade Média, algumas das primeiras fortificações
costeiras surgiram junto a portos naturais, sob a forma de torres de vigia, que
serviam para detetar ataques de piratas e corsários.
No século XVI, após a expansão marítima portuguesa e com o
declínio do domínio muçulmano no Mediterrâneo Ocidental, aumentaram os ataques
de piratas berberes, ingleses, franceses e holandeses. Foi neste contexto que
se multiplicaram os fortes costeiros.
No século XVII, com a Restauração da Independência (1640),
D. João IV lançou uma vasta campanha de fortificação costeira, modernizando
estruturas existentes e construindo novas, especialmente com traçados adaptados
à artilharia (baluartes, redutos e baterias).
No século XVIII, além da função militar, muitos fortes
desempenhavam um papel logístico, abrigando guarnições permanentes e
funcionando como apoio a faróis e alfândegas.
Nos séculos XIX e XX, com a evolução da artilharia e, mais
tarde, da aviação, os fortes perderam importância militar, sendo alguns
utilizados como quartéis, faróis, prisões ou mesmo habitações.
Atualmente, são testemunhos de uma época em que o mar era
simultaneamente via de comércio e fonte de perigo.
Rede de Fortes entre Caminha e Viana do Castelo
A rede de fortes costeiros entre Caminha e Viana do Castelo
foi construída sobretudo no século XVII, durante o reinado de D. João IV, após
a Restauração da Independência. O objetivo era proteger a costa de piratas e
corsários, criando uma linha de defesa contínua, complementada por torres de
vigia.
Principais fortes:
- Forte
da Ínsua (Caminha) – Construído numa pequena ilha rochosa na foz do
Rio Minho, tinha como função a defesa do estuário e a proteção da
navegação.
- Forte
do Lagarteiro (Vila Praia de Âncora) – Protegia a enseada e as
embarcações dos pescadores locais.
- Forte
do Cão (Gelfa) – Complementava a defesa do litoral junto à Ínsua.
- Forte
de Paçô (Carreço) – Estrutura simples, adaptada a artilharia leve, com
função de vigia.
- Forte
de Montedor (Carreço) – Protegia um dos pontos de desembarque mais
vulneráveis da região.
- Forte
de Areosa (Areosa) – Controlava a faixa costeira antes da entrada no
porto de Viana do Castelo.
- Forte
de Santiago da Barra (Viana do Castelo) – Principal estrutura
defensiva da região; protegia a entrada do porto e foi utilizado até ao
século XIX como ponto estratégico militar.
A distância entre os fortes era relativamente curta,
garantindo que cada um tinha visão direta do anterior, permitindo a troca de
sinais (fogueiras, bandeiras ou tiros de canhão). Os pequenos fortes (Paçô,
Montedor e Cão) funcionavam como postos avançados, enquanto os fortes maiores
(Ínsua e Santiago da Barra) serviam de bases principais.
O Forte de Montedor já não existe. Situava-se perto do atual
Farol e tinha características semelhantes às do Forte de Paçô e do Forte do
Cão. A construção do farol, em 1910, levou à reorganização do espaço e à
utilização de parte do terreno onde estaria a antiga estrutura. Os restos do
forte terão sido reaproveitados ou desapareceram devido à ação do tempo e ao
abandono.








































