É uma consulta difícil a exigir um “perfil” adequado. Primeiro porque a doença é muito dinâmica e necessita de actualização constante, depois porque exige atenção a pormenores que passam despercebidos a quem não está treinado, e por fim porque há outros aspectos a ter em conta para além do diagnóstico e da terapêutica. É que a maioria dos doentes é jovem, reivindicativo e com experiências de vida pouco comuns, para além de poderem ter sequelas de doenças neurológicas.
Há que ser discreto, subtil e paciente para garantir um razoável atendimento e estar disponível para se medir com a doença e com uma eventual disfunção social, neste jogo onde a vida se joga.
Os meios auxiliares de diagnóstico e o tratamento específico são muito caros, e os utentes raramente se apercebem disso!
-"Sra. Dra! Esta Consulta é especial? Tem doentes tão estranhos! Não quero voltar cá!", dizia a Dona Rosa, no momento em que o Paulo Jorge assomava à porta, sem bater, para perguntar:
Há que ser discreto, subtil e paciente para garantir um razoável atendimento e estar disponível para se medir com a doença e com uma eventual disfunção social, neste jogo onde a vida se joga.
Os meios auxiliares de diagnóstico e o tratamento específico são muito caros, e os utentes raramente se apercebem disso!
-"Sra. Dra! Esta Consulta é especial? Tem doentes tão estranhos! Não quero voltar cá!", dizia a Dona Rosa, no momento em que o Paulo Jorge assomava à porta, sem bater, para perguntar:
- "Sra. Dra.! Ainda demoro muito a ser atendido? É que eu tenho o carro no Parque! Ainda quero ver quem é que me paga o Parque!"
…
-"Sr. Luís! Os medicamentos são para tomar! Deste jeito o Sr. não melhora! Estamos para aqui a dar-lhe os medicamentos de graça, que são bem caros, e o Sr. não os toma! A continuar assim, deixamos de lhe dar os medicamentos!"
…
-"Sr. Luís! Os medicamentos são para tomar! Deste jeito o Sr. não melhora! Estamos para aqui a dar-lhe os medicamentos de graça, que são bem caros, e o Sr. não os toma! A continuar assim, deixamos de lhe dar os medicamentos!"
E o Sr. Luís a recostar-se na cadeira, a cruzar a perna, e a retrucar com ar de quem sabe bem o terreno que pisa: -“E a saúde pública, Sra. Dra.?"
-"Olhe que se não tomar a medicação, morre breve!"
E ele mantendo o mesmo ar -"Esteja descansada! Que eu ainda hei-de ir ao seu enterro!"
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