segunda-feira, 27 de julho de 2009

Fazer tijolo


"Fazer tijolo" tem uma história.

Em linguagem comum quer dizer – “estar morto, sepultado”
"A sua origem vem, segundo se diz, do velho cemitério mouro que existiu para as bandas de Olarias, Bombarda e Forno do Tijolo em Lisboa. O almacáver, isto é, o cemitério mourisco, alastrava-se numa grande extensão por toda a encosta, lavado de ar e coberto de arvoredo.
Após o terramoto de 1755, quando começou a edificação da cidade, todo o barro era pouco para as construções e daí o aproveitar-se todo o que aparecesse. O cemitério árabe foi tão amplamente explorado que, de mistura com a excelente terra argilosa, iam também ossadas para fazer tijolo"
. in " A vida misteriosa da palavras" de Gomes Monteiro e Costa Leão


Se, daqui a uns 400 anos, alguém entrasse por um dos nossos cemitérios numa fúria construtiva semelhante, iria deparar com material protésico de alto valor, já que muitos deles integram metais nobres como o Cobalto, Molibdénio, Titânio e Platina, que rapidamente os converteria numa mina a céu aberto.

É que, no Ocidente industrializado, poucos são os que vão para baixo da terra sem que lhes seja acrescentado uma prótese, um pace maker ou um stent.

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