sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pessoa























Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...).

……………

Gosto assim! Truncado! Porque me deprimem os versos de Pessoa até ao fim!
Assusta-me toda aquela marginalidade, aquele “ir contra a corrente por necessidade”.
Prefiro retirar "as pérolas" do tecido áspero onde as pôs!

Não que lhe tire razão ou lucidez, mas ao abismo para onde nos leva, prefiro aquele em que combate.

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