domingo, 15 de agosto de 2010

Incendiários


Recuso o conceito de pirómano delinquente como causa do flagelo dos incêndios. O fogo parece-me a arma de quem sente os seus direitos continuamente desrespeitados.

Quando qualquer estrutura (neste caso a floresta) é colocada numa região, sem evidente benefício para quem lá vive, vai surgir quem põe na destruição a sua razão. O pastor pirómano é o protótipo.

Há uns quarenta anos acompanhei, durante uma semana, um geólogo amigo do meu pai, numa visita ao Gerez, para que ele não andasse sozinho pelos campos. Num dos trajectos, parámos num café em Pitões das Júnias onde se discutia a interferência dos Serviços Florestais com a actividade da região.
A certa altura um comentou, com desânimo: “A gente podia matá-los! Mas, vão-se estes e vêm outros!” Já então a floresta não agradava a muitos dos que aí residiam.

Talvez seja a localização da floresta, e a não participação da população na sua exploração, a causa deste fumo que todos os verões nos ensombra.

2 comentários:

Jaime disse...

Não esquecer os eucaliptos! Ver comentário em:

http://pralemdazurem.blogspot.com/2010/08/verao-quente-e-as-causas-dos-incendios.html

capitão disse...

Esta é uma solução para o problema.

http://economia.publico.pt/Noticia/banco-de-terras-pode-ser-solucao-para-entraves-ao-arrendamento_1452375