terça-feira, 13 de outubro de 2009

Em defesa de Auxiliares de Enfermagem nos Hospitais




















Os enfermeiros são fundamentais para que se possam tratar doenças graves em doentes internados, já que os actos médicos (médicos ou cirúrgicos) aqui praticados necessitam de vigilâncias que estão sob a sua responsabilidade, bem como toda a hotelaria e gestão de recursos.

Uma Equipe Médico / Enfermeiro coesa, é fundamental para os melhores resultados de qualquer tratamento.
Mas ... , não é assim que a profissão de Enfermeiro se tem vindo a desenvolver.

Na procura do estatuto profissional e social que lhe é devido, definiram-se caminhos que não privilegiam os pontos de contacto com os médicos, com prejuízos para ambos e para os doentes.
Assinalo alguns destes entraves: o registo informático (SAPE) no Processo Clínico, a "distribuição dos doentes por grau de dependência" pelos enfermeiros nas Enfermarias, a tipologia das Passagens de Turno e a execução de trabalho indiferenciado (higienes aos doentes).

O Enfermeiro tem de ter tempo para se relacionar com o doente e com os outros profissionais, e para tal não deve executar tarefas indiferenciadas, deixando-as para Assistentes Operacionais sob sua vigilância, deve escrever de modo sucinto os factos relevantes no Processo Clínico em suporte de papel, e deve ter passagens de turno limitadas aos seus doentes em conjunto com o médico.

O modo como se processou a informatização do Processo Clínico, obriga-os ao preenchimento de múltiplos quadros de difícil e moroso entendimento, com consequentemente afastamento dos doentes e dos médicos, e sem qualquer vantagem, já que a escrita em suporte de papel (à semelhança do que fazem os médicos), é mais rápida de executar e de aceder.

A cumprirem-se estas alterações, torna-se evidente que faltam mais Assistentes Operacionais que Enfermeiros em muitos dos Serviços Hospitalares.

Será que assistimos à acção de um Ensino/negócio, a estimular o regular aporte de alunos às Escolas de Enfermagem para se poderem sustentar, com o beneplácido dos Sindicatos que vêm a suas fileiras engrossadas de insatisfeitos?

Em 2008 havia em Portugal ~ 46 mil enfermeiros no activo, o que corresponde a um rácio de 4.6 enfermeiros por cada mil habitantes, numa Europa que propõe 7.5 enfermeiros por mil habitantes. Mas estas propostas integram, em muitos países, Auxiliares de Enfermagem (que em Portugal foram extintos em 1975).

Se todos eles forem Enfermeiros, há o natural risco de desclassificar a profissão e de lhes pagar de acordo com este facto.

O Plano Nacional de Saúde previa para 2010 - 517,3 enfermeiros por 100.000 habitantes e, em 2008 estes eram já 524,5 / 100.000 .
A OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development) dá uma ideia das necessidades e da evolução da Saúde no Mundo, onde se vê Portugal e os seus profissionais numa posição nem sempre desfavorável, em relação à Europa.

Sem comentários: