No preâmbulo deste Documento patrocinado pelos Ministérios das Finanças e da Administração Publica e da Saúde, e assinado por gente importante do nosso panorama hospitalar, refere-se:
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A recente alteração ao estatuto jurídico dos hospitais, genericamente conhecida por “empresarialização dos hospitais”, alterando a modalidade de posse, não provocou alterações sensíveis na arquitectura organizacional, nem tão pouco na prática gestionária …
De facto, a nova cultura de gestão que se esperava que emergisse da reforçada autonomia conferida à instituição hospitalar não aconteceu, persistindo a indefinição estratégica, o planeamento incipiente ou inexistente, a falta de transparência nos processos de decisão, tudo concorrendo para a desresponsabilização e para a ausência de envolvimento da organização.
A focagem, por vezes excessiva, em objectivos de produção, potenciada por mecanismos de financiamento nem sempre ajustados, desguarnecida de adequados mecanismos de controlo de qualidade e efectividade, não favorece as boas práticas, compromete a formação e contribui para o desencanto e menor empenho dos profissionais. A preocupação excessiva com o aumento da produção, sem igual preocupação com a qualidade, a adequação e a pertinência dos cuidados prestados, poderá, até, ter contribuído para o deslize orçamental que ameaça a sustentabilidade do sistema de saúde.
A ausência de sistemas de informação capazes de produzir dados e indicadores consistentes e fiáveis, na perspectiva da saúde dos doentes e da qualidade dos cuidados de saúde prestados, persiste como uma das limitações mais significativas, simultaneamente à boa prática clínica e à gestão, impedindo definitivamente a adopção de estratégias de decisão baseadas na evidência, comprometendo qualquer tentativa séria de avaliação e cerceando o desenvolvimento de processos de auditoria e controlo de qualidade.
A gestão dos recursos humanos e a inerente definição das lideranças e hierarquias, na ausência de processos de avaliação credíveis que legitimem as decisões, resvala inexoravelmente para o arbítrio e para a iniquidade, contribuindo decisivamente para a criação de climas organizacionais negativos.
A recente alteração ao estatuto jurídico dos hospitais, genericamente conhecida por “empresarialização dos hospitais”, alterando a modalidade de posse, não provocou alterações sensíveis na arquitectura organizacional, nem tão pouco na prática gestionária …
De facto, a nova cultura de gestão que se esperava que emergisse da reforçada autonomia conferida à instituição hospitalar não aconteceu, persistindo a indefinição estratégica, o planeamento incipiente ou inexistente, a falta de transparência nos processos de decisão, tudo concorrendo para a desresponsabilização e para a ausência de envolvimento da organização.
A focagem, por vezes excessiva, em objectivos de produção, potenciada por mecanismos de financiamento nem sempre ajustados, desguarnecida de adequados mecanismos de controlo de qualidade e efectividade, não favorece as boas práticas, compromete a formação e contribui para o desencanto e menor empenho dos profissionais. A preocupação excessiva com o aumento da produção, sem igual preocupação com a qualidade, a adequação e a pertinência dos cuidados prestados, poderá, até, ter contribuído para o deslize orçamental que ameaça a sustentabilidade do sistema de saúde.
A ausência de sistemas de informação capazes de produzir dados e indicadores consistentes e fiáveis, na perspectiva da saúde dos doentes e da qualidade dos cuidados de saúde prestados, persiste como uma das limitações mais significativas, simultaneamente à boa prática clínica e à gestão, impedindo definitivamente a adopção de estratégias de decisão baseadas na evidência, comprometendo qualquer tentativa séria de avaliação e cerceando o desenvolvimento de processos de auditoria e controlo de qualidade.
A gestão dos recursos humanos e a inerente definição das lideranças e hierarquias, na ausência de processos de avaliação credíveis que legitimem as decisões, resvala inexoravelmente para o arbítrio e para a iniquidade, contribuindo decisivamente para a criação de climas organizacionais negativos.
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entre outras críticas, e ... propõe uma estratégia da mudança.
Aguardo para ver quem irá liderar esta eventual mudança! Se lhes ouvir as palavras “concatenar, priorizar, procurar sinergias, estimular a sã competição na complementaridade, e outras que tais”, está garantido um Preâmbulo semelhante daqui a meia dúzia de anos.
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