- Dona Maria, a Sra. andava ao jornal?
- Ai andava ao jornal!, exclama com um esboço de sorriso, - Eu trabalhava no que é meu, Sr. Dr.! Eu e mais o meu marido! Agora é só ele com as máquinas, que há dois anos que não faço nada.
- E seu marido também bebe?
- Ai não! Que ele tem de trabalhar! Então nestes dias de calor, é capaz de despachar 5 litros!.
- E vocês compram-no?
- Quê!? Nós fazêmo-lo! E o melhor fica para a casa. Sabe, o meu marido sempre foi muito agarrado aos campos. Andou pela França para criar os filhos, e graças a Deus que estão todos empregados, e ajudam quando podem, que a quinta é grande. Durante o dia está sozinho, mas precisa de ajuda para o sulfato, para a batata, para a azeitona, para a poda …, que aquilo é muito trabalho. Ainda no outro dia eu disse-lhe – “Para que queres as vacas? Para tirares o lixo debaixo delas?”. Mas ele precisa do estrume para os terrenos, que o adubo é muito caro. Trabalha que se mata por causa do vivo! Há tempos entrou pela porta adentro, pálido que nem o conhecia. E vai daí e eu disse-lhe: “o que é que tu tens, homem!”, e ele respondeu: “tem calma, que eu trato de mim!”, e foi para a cozinha pegou na malga, encheu-a de vinho, daquele escurinho que faz espuma, deitou-lhe dentro um pedaço de broa de milho e “uns pós” como ele lhe chama, que é um bocado de açúcar, e passada uma hora estava outra vez bom!
- E os seus seis filhos estão todos perto?
- Não! Um ainda ontem foi para o mar, que é marinheiro!, diz enquanto um soluço lhe assoma à garganta, - outra é advogada no Porto, e está muito bem! Tem um menino que é um sonho, e um marido que gosta tanto dela, que até parece que não a vê com os olhos.
- E o seu marido não tem doença do fígado como a Sra.?
- Não! Que ele come bem, Sr. Dr.!
- Ai andava ao jornal!, exclama com um esboço de sorriso, - Eu trabalhava no que é meu, Sr. Dr.! Eu e mais o meu marido! Agora é só ele com as máquinas, que há dois anos que não faço nada.
- E seu marido também bebe?
- Ai não! Que ele tem de trabalhar! Então nestes dias de calor, é capaz de despachar 5 litros!.
- E vocês compram-no?
- Quê!? Nós fazêmo-lo! E o melhor fica para a casa. Sabe, o meu marido sempre foi muito agarrado aos campos. Andou pela França para criar os filhos, e graças a Deus que estão todos empregados, e ajudam quando podem, que a quinta é grande. Durante o dia está sozinho, mas precisa de ajuda para o sulfato, para a batata, para a azeitona, para a poda …, que aquilo é muito trabalho. Ainda no outro dia eu disse-lhe – “Para que queres as vacas? Para tirares o lixo debaixo delas?”. Mas ele precisa do estrume para os terrenos, que o adubo é muito caro. Trabalha que se mata por causa do vivo! Há tempos entrou pela porta adentro, pálido que nem o conhecia. E vai daí e eu disse-lhe: “o que é que tu tens, homem!”, e ele respondeu: “tem calma, que eu trato de mim!”, e foi para a cozinha pegou na malga, encheu-a de vinho, daquele escurinho que faz espuma, deitou-lhe dentro um pedaço de broa de milho e “uns pós” como ele lhe chama, que é um bocado de açúcar, e passada uma hora estava outra vez bom!
- E os seus seis filhos estão todos perto?
- Não! Um ainda ontem foi para o mar, que é marinheiro!, diz enquanto um soluço lhe assoma à garganta, - outra é advogada no Porto, e está muito bem! Tem um menino que é um sonho, e um marido que gosta tanto dela, que até parece que não a vê com os olhos.
- E o seu marido não tem doença do fígado como a Sra.?
- Não! Que ele come bem, Sr. Dr.!
1 comentário:
Bela história. "...não a vê com os olhos..." Muito bom
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